ESTER MARÍA OSSES
( 1916 – 1990 )
Especializada em poesia americana esta poetisa, ensaista, jornalista e pedagoga, é considerada como uma das vozes mais relevantes da literatura centro-americana escrita por mulheres.
Manteve em segredo a atividade criativa por muito tempo, até que instalada em Guatemala, revelou as suas poesías. Seus poemas, segundo Miguel Amado, são os reflexos de um espírito às vezes aristocrático e às vezes popular; regional e panameño; pragmático e lírico; místico e libertino; apaixonado e glacial; profundo e leve; representa, translúcido e tremendo, o enigma do mundo, valendo-se de expressões e insinuações que são uma absoluta novidade na poesia panamenha.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
POESÍA DE PANAMÁ. Edición bilingüe con las versiones rusas de Pável Grushko. Ciudad de Panamá: Universidad de Panamá, 2015. 170 p. 21x27 cm. Cubierta: Pintura de Anna Goncharova “Luna Nueva”. Tapa dura, sobretapa. Tiraje: 1800 exemplares. Impresso en Colombia por Prensa Moderna.
Ex. bibl. Antonio Miranda
HERANÇA
Esta fuerza que impulsa mi pluma
viene de muy lejos…
Es herencia rica que en mis venas arde.
corre por mis nervios,
y rebeldemente,
al papel resbala por entre mis dedos.
¡ Si la contuviera sé que me ahogaría!
Es para mi vida lo mismo que el llanto,
lo mismo que el sueño
y la risa.
Dejadme que escriba sin analizarme.
Sin buscar la clave con que el ritmo labro.
Mas mis estrofas respiran belleza,
si encienden el alma,
decídemelo entonces,
y eso, me basta!
Mi emoción es fuego…
¿ Transmitirla es arte?
Nada más quisiera
si en mis versos arde!
NOSTALGIA
Ahora sé que es tu mar el que me llama.
Tu mar azul, tu rojo mar, tu verde mar,
tu mar de tres colores,
el que me sigue en puertos y ciudades
taladrándolo tofo hasta la ausencia.
Sé que es tu sol. Tu rojo sol,
tu sol azul, tu verde sol, tu sol de mil colores,
el que, disperso y uno, sobre el aire,
me sigue y me persigue por el sueño.
NIÑOS DESCALZOS
¡ Cúantos niños descalzos!
Dime por qué.
Nunca tienen traje nuevo,
dime por qué.
Nunca tienen un juguete,
dime por qué.
Ni siquiera han visto el lago;
¿ por qué? ¿ por qué?
Son niños de mentira,
dime, ¿ lo son?
¿ O son niños de veras
como yo soy?
Sus casas son de hojalata,
o de cartón;
la lluvia las deshace,
las quema el sol.
Les diré que se muden.
No lloren más.
Mi casa de muñecas
es buen hogar.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda
HERANÇA
Esta força que impulsa a minha caneta
vem de longe…
Entre uma herança rica que em minhas veias arde,
corre pelos meus nervos,
e rebeldemente,
no papel resvala entre entre meus dedos.
Se a contesse sei que me afogaria!
Para a minha vida é o mesmo que o pranto,
o mesmo que o sonho
e o sorriso.
Deixa que eu escreva sem analizar-me.
Sem buscar a clave com que lavro o ritmo.
Mas se as minhas estrofes respiram beleza,
se acendem a alma,
doga-me então,
e isso, me basta!
Minha emoção é de fogo…
Transmití-la é arte?
Nada mais quisera
se em meus versos arde!
NOSTALGIA
Agora sei que é o teu mar que me chama.
Teu mar azul, tu rubro mar, teu verde mar,
teu mar tricolor,
o que me segue em portos e cidad
perfurando-o todo até a ausencia.
Sei que é o teu sol. Teu sol rubro,
teu sol azul, teu verde sol, teu sol de mil cores,
o que, disperso e uno, pelo ar,
me segue e me persegue pelo sonho.
MENINOS DESCALÇOS
Quantos meninos descalços!
Diga-me porquê!
Nunca têm um traje novo,
diga-me porquê.
Nunca têm um brinquedo,
diga-me porquê.
Nem sequer viram o lago;
por quê? por quê?
São meninos de mentira,
diga-me, são?
Ou são meninos deveras
como eu sou?
Suas casas de lata,
ou de papelão;
a chuva as desfaz,
queima-as o sol.
Dir-lhes-ei que se mudem.
Não chorem mais.
Minha casa de bonecas
é um bom lugar.
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Página publicada em agosto de 2021
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